Negacionismo climático de Trump pode beneficiar agro brasileiro, diz Apex
Impactos do aquecimento global nos Estados Unidos já abriu espaço para o milho e algodão nacionais, diz presidente da Agência
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil no mundo, perdendo apenas para a China. A eleição do presidente norte-americano Donald Trump, confirmada nessa quarta-feira (6), deve acirrar as relações entre as duas maiores economias do mundo.
Essa é a avaliação do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana.
Além disso, para ele, o novo mandatário da Casa Branca já demonstrou em seu mandato anterior (2017 a 2021) que vai na contramão do mundo ao não reconhecer os impactos das mudanças climáticas.
“Os eventos extremos climáticos estão afetando a produção agrícola nos Estados Unidos, inclusive favorecendo o Brasil no caso do algodão e do milho”.
Para Viana, o posicionamento de Trump a respeito de como enfrentar os efeitos do aquecimento global tendem a gerar desafios aos líderes globais, incluindo ao Brasil, que agora chefia o G20.
Segundo ele, além disso, outro desafio ao país se dará no ano que vem, quando o presidente Lula deve presidir os Brics, bloco que conta, entre outros países, com Rússia, China e Índia, concorrentes diretos dos Estados Unidos.
Assim, mesmo que os desafios aumentem, Viana acredita que cabe ao Brasil focar no apoio a quem quer plantar, produzir e exportar. “É isso o que a Apex está fazendo aqui na Ásia, que é o grande mercado comprador do mundo, com mais de 1/3 da população do planeta, três bilhões de pessoas e um PIB de 30 trilhões de dólares”, diz Viana, em relação à missão da Apex Brasil no Sudeste Asiático.