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Desmatamento na Amazônia registra maior queda dos últimos 15 anos

Redução no Cerrado também foi observada, com os menores índices desde 2019. Ferramenta mais precisa identifica as áreas destruídas

Desmatamento na Amazônia registra maior queda dos últimos 15 anos

Redução no Cerrado também foi observada, com os menores índices desde 2019. Ferramenta mais precisa identifica as áreas destruídas

Amazônia

Estimativas do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que a Amazônia registrou um desmatamento de 6.288 km² entre agosto de 2023 e julho de 2024.

O número representa redução de 30,63% em comparação ao período anterior, marcando a maior queda percentual em 15 anos.

Já no Cerrado, a taxa oficial de desmatamento foi de 8.174 km², o que equivale a menor área desmatada desde 2019, com uma redução de 25,7%. Este é o primeiro sinal de queda no desmatamento desse bioma em quatro anos.

Aproximadamente 76,4% do desmatamento no Cerrado ocorreu em um quadrante conhecido como Matopiba, que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Pacto com o Matopiba

Durante o ato do governo federal que anunciou os números, na semana passada, foi assinado um pacto entre a esfera federal e os governadores dos estados do Matopiba, visando à prevenção e controle do desmatamento e de incêndios na região. O objetivo do governo é alcançar desmatamento zero em todos os biomas do Brasil até 2030.

O Prodes utiliza imagens de satélite com resolução de 10 a 30 metros, mais precisas do que as do sistema Deter, que emite alertas diários para auxiliar na fiscalização.

No período de agosto de 2023 a julho de 2024, foram registrados 3.266 autos de infração na Amazônia, totalizando R$ 2,02 bilhões em multas, 2.568 embargos de área ou atividade e 316 mil hectares embargados.

Além disso, ocorreram 1.717 apreensões de bens e produtos. No Cerrado, foram 731 autos de infração, somando R$ 204,4 milhões em multas e 451 embargos, além de 309 apreensões de bens e produtos.

Fiscalização do desmatamento

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Foto: Divulgação/Sema-MT

A crescente vigilância e as linhas de ação estratégicas de combate aos crimes ambientais desempenhadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos de fiscalização têm contribuído para a redução do desmatamento.

Entre as ações estão a fiscalização remota do desmatamento, que abrange cerca de 625 mil hectares, e da cadeia da madeira, onde 2,4 milhões de metros cúbicos foram bloqueados.

Segundo o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, a redução no desmatamento registrada nos últimos anos reflete o esforço e as ações voltadas a proteção dos biomas. “A queda nos índices de desmatamento nos últimos anos é um reflexo do trabalho árduo e das ações determinadas que estamos implementando”, declarou.

O governo anunciou uma série de iniciativas focadas no desenvolvimento sustentável. Entre elas, destaca-se a adesão de 48 municípios ao Programa União com Municípios, destinado a promover a sustentabilidade e combater o desmatamento, alocando R$ 770 milhões para essas ações.

Proteção às terras indígenas

O pacto assinado não só propõe aumentar a fiscalização e a transparência em relação ao desmatamento ilegal, mas também busca a conservação dos ativos florestais e da água nos diferentes ecossistemas do Cerrado.

As ações incluem a reinstalação de câmaras técnicas e medidas de proteção às terras indígenas, com a homologação de 810 mil hectares e a criação de novas áreas de conservação.

De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, a colaboração entre os estados e o governo federal aponta para um caminho promissor na luta contra o desmatamento, enquanto as metas para os próximos anos são reafirmadas, criando uma esperança renovada na preservação das nossas riquezas naturais e na recuperação dos ecossistemas brasileiros.

*Sob supervisão de Victor Faverin


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