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Além do clima desfavorável e da retração da China, desvalorização do dólar intensifica pressão sobre exportadores de grãos

O agronegócio brasileiro começou 2025 enfrentando uma série de desafios no mercado global. As exportações de grãos estão sendo impactadas por fatores internos e externos, desde mudanças climáticas até oscilações cambiais e retração da demanda chinesa.

Além do clima desfavorável e da retração da China, desvalorização do dólar intensifica pressão sobre exportadores de grãos

O agronegócio brasileiro começou 2025 enfrentando uma série de desafios no mercado global.
As exportações de grãos estão sendo impactadas por fatores internos e externos, desde mudanças climáticas até oscilações cambiais e retração da demanda chinesa.
O câmbio é um fator que complica o cenário para os exportadores brasileiros. O dólar registrou a nona queda consecutiva, atingindo seu menor valor em mais de dois meses. 
Ontem, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,85, com recuo de 0,24%. Em janeiro, a desvalorização acumulada já chega a 5,27%.
Embora um dólar forte favoreça as exportações ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, sua recente desvalorização reduz a rentabilidade dos produtores, que vendem em moeda estrangeira, mas arcam com custos em reais. Isso adiciona mais pressão sobre a cadeia produtiva, já afetada pelo aumento dos custos operacionais.

 

Clima adverso complica produção

As condições climáticas seguem como um dos principais obstáculos para os exportadores brasileiros. Períodos de chuvas intensas seguidos por estiagens prolongadas afetam a produtividade e elevam os custos de produção.
O Mato Grosso já enfrenta impactos por conta das chuvas, enquanto o Rio Grande do Sul sofre com a estiagem.
As mudanças climáticas, que já prejudicaram safras anteriores, exigem planejamento e gestão mais eficiente para minimizar impactos negativos.

 

China reduz importações e aumenta protecionismo

A China, principal compradora dos grãos brasileiros, tem adotado uma postura mais protecionista, o que preocupa os exportadores.

Além da desaceleração econômica interna, que reduz a demanda por commodities agrícolas, o governo chinês impôs novas restrições fitossanitárias.

Neste ano, a Administração Geral de Alfândega da China (GACC) suspendeu as importações de soja de cinco empresas brasileiras, alegando contaminação química e presença de pragas. Entre as afetadas estão Cargill, ADM e Olam.

Embora o impacto imediato seja contido, a medida reforça a necessidade de rigor na qualidade dos produtos para evitar bloqueios futuros.

Apesar da suspensão temporária, o governo brasileiro garante que os volumes totais de soja exportados para a China não serão afetados.

“Vale reforçar que outras unidades das empresas notificadas seguem exportando normalmente para a China”, informou o Mapa em nota na semana passada. 

Segundo a BIMCO (Baltic and International Maritime Council), as importações de grãos do gigante asiático caíram 51% em janeiro para o menor nível desde 2018.

A análise da BIMCO mostra que os impactos variam entre os principais exportadores. O Brasil, que representa 47% dos embarques, registrou uma queda de 29%, enquanto as cargas dos Estados Unidos, que correspondem a 22% das exportações, diminuíram 57%

No último ano, a China importou 73 milhões de toneladas de soja do Brasil, representando 70% do total exportado pelo país.

Entretanto, a importação de outros grãos, como milho e trigo, apresentou queda significativa em 2024. As compras chinesas de milho recuaram 49,7% em relação a 2023, enquanto as de trigo diminuíram 7,6%, refletindo a menor demanda e estratégias de diversificação de fornecedores.

Regulamentações ambientais 

Outro desafio crescente para os exportadores de grãos é a implementação da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), que entra em vigor em 2025.

A medida exige que os produtores brasileiros comprovem a sustentabilidade de suas operações, com rastreabilidade detalhada da cadeia produtiva. Embora o Brasil tenha até dezembro para se adequar, a nova exigência representa um custo adicional para o setor e pode afetar o volume de exportações.

Perspectivas para o setor

Diante desse cenário complexo, o agronegócio brasileiro precisa equilibrar oportunidades e desafios. A demanda externa por commodities segue forte, mas os produtores enfrentam custos elevados, volatilidade cambial e riscos climáticos.

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