Caso raríssimo de Ictiose arlequim em um bezerro, que aconteceu no Rio Grande do Sul, na propriedade do pecuarista Cláudio Feijó Das Neves, chamou atenção e viralizou na internet após o vídeo compartilhado; Veja o caso e entenda o que é essa doença
O mundo animal possui seus casos isolados, mas que chamam atenção tanto pela raridade quanto pela curiosidade quando acontecem. Nos últimos dias, em uma propriedade rural localizada no Rio Grande do Sul, do pecuarista Cláudio Feijó Das Neves, um caso raríssimo de Ictiose arlequim em um bezerro chamou atenção e viralizou na internet após o vídeo (veja as imagens abaixo) compartilhado pela influencer e boiadeira Maiane Ferretti Engelhardt; Veja o caso e entenda o que é essa doença que ocorre nos mamíferos.
A ocorrência de arlequim ictiose em bovinos é considerada extremamente rara. A doença é uma desordem genética de pele extremamente rara e grave. Embora seja mais frequentemente discutido em humanos, afetando recém-nascidos em uma condição conhecida como “feto arlequim”, há relatos dessa condição também em animais, incluindo bovinos. A frequência exata dessa condição em bovinos não é bem documentada na literatura científica, em grande parte devido à sua raridade.
Segundo a publicação da influencer, após o parto da vaca, o bezerro não apresentava uma “aparência normal”. “O animal apresentou uma doença chamada Ictiose arlequim, que faz com que novas células de pele se reproduzam muito rapidamente, fazendo com que a pele engrosse demais e formando escamas, separadas por rachaduras”, informou Maiane.
Buscamos informações e, segundo a literatura sobre a doença ou mutação genética e, no caso da arlequim ictiose, a pele do animal é marcada por grandes placas de pele espessada, que se assemelham às placas de armadura. Essas placas são separadas por fissuras profundas. Além disso, pode haver perda de características ósseas e de outras partes do corpo devido ao crescimento anormal da pele.
Maiane ainda comentou que essa condição nos bezerros pode resultar em desconforto para mexer pernas e braços e em mudanças na feição do rosto. “A bezerrinha sobreviveu por pouco tempo”, comentou ela. Nesses casos, em que o animal possui essa mutação, ele não consegue sobreviver. A vaca, que é possível ver no vídeo, passa bem e não possui influência negativa após o parto.
Em bovinos, a condição é hereditária e segue um padrão autossômico recessivo, o que significa que um bezerro precisa herdar o gene defeituoso de ambos os pais para ser afetado. O gene específico responsável por essa condição em bovinos pode variar dependendo da raça e da população.
Os animais afetados geralmente têm uma qualidade de vida muito baixa e, na maioria das vezes, são inviáveis, com muitos não sobrevivendo além dos primeiros dias ou semanas de vida. A condição pode levar a problemas secundários, como infecções, devido a fissuras na pele e dificuldades no aleitamento e na termorregulação. Não existe cura para o arlequim ictiose e o tratamento geralmente envolve o manejo dos sintomas para melhorar o conforto do animal.
No entanto, se um dos pais for afetado pela doença (homozigoto recessivo) e o outro for apenas um portador, a probabilidade de os descendentes serem afetados aumenta. Se um gene análogo ou outro gene responsável por ser identificado em bovinos, a probabilidade de ocorrência de ictose arlequim dependerá da frequência dessa mutação específica na população de bovinos e do padrão de acasalamento.
A prevenção é o melhor manejo para esta doença genética e pode ser feita por meio de testes genéticos. Os criadores identificam portadores do gene defeituoso e evitam cruzá-los para reduzir a probabilidade de nascimento de indivíduos afetados.
A pesquisa na área veterinária continua avançando, e enquanto o conhecimento sobre tais condições genéticas em bovinos está se expandindo, o manejo reprodutivo baseado em informações genéticas é uma ferramenta valiosa para criadores na prevenção de transtornos hereditários como o arlequim ictiose.
Em resumo, embora seja possível para bovinos serem afetados pela ictiose arlequim, as chances são geralmente baixas, e as práticas de reprodução responsáveis podem ajudar a reduzir ainda mais a probabilidade de tais casos ocorrerem.