O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou suas atividades de “Abril Vermelho” com invasões em 24 locais em 10 estados e no Distrito Federal. Importantes centros de pesquisa agrícola como Embrapa e Ceplac estão entre os atingidos. Apesar do impacto significativo, não houve posicionamento claro do presidente da República.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em uma onda de mobilizações conhecida como “Abril Vermelho”, ocupou 24 áreas em estados estratégicos como Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, e Rio de Janeiro, além de ações no Distrito Federal. As ocupações incluem notáveis instituições de pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ligadas ao Ministério da Agricultura, o que amplifica a preocupação com o avanço dessas ações sobre setores vitais para o agronegócio.
Este ano, o MST também organizou outros tipos de mobilizações: acampamentos, como o realizado em Maceió (AL), e marchas, como a na Bahia, além de uma assembleia popular no Maranhão e uma audiência no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santa Catarina. O movimento afirma que aproximadamente 20 mil famílias estão engajadas nesses atos, sinalizando um significativo apoio popular às suas demandas.
Em contraste com a ação direta do MST, o governo federal lançou o programa “Terra para Gente”, que promete acelerar o assentamento de 295 mil famílias até 2026, uma tentativa de ampliar as políticas de reforma agrária. No entanto, a falta de uma resposta pronta do presidente às invasões levanta questões sobre a eficácia dessa iniciativa e a capacidade do governo de gerenciar crises agrárias.
A situação atual exige uma atenção urgente. O governo precisa não apenas comunicar suas intenções de maneira mais clara, mas também tomar medidas concretas para garantir a segurança jurídica no campo. O silêncio do presidente, perante o avanço das invasões, não faz nada para aplacar as tensões, nem para restaurar a confiança dos proprietários rurais e investidores no setor agrícola. A continuidade desse impasse pode trazer consequências duradouras para a estabilidade e o desenvolvimento econômico do país.