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Governo divulga rótulo do arroz importado; pacote de 5 kg será vendido por R$ 20

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na terça-feira (4) a imagem do rótulo que será colocado nas embalagens do arroz que o governo federal irá importar. O leilão de compra ocorrerá nesta quinta-feira (6).

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na terça-feira (4) a imagem do rótulo que será colocado nas embalagens do arroz que o governo federal irá importar. O leilão de compra ocorrerá nesta quinta-feira (6).

Os pacotes de arroz virão com os logotipos da Conab e da União, além da inscrição “Produto Adquirido pelo Governo Federal”. O produto terá um preço tabelado e será vendido em pacotes de 5 quilos por R$ 20, ou seja, R$ 4 por quilo, conforme anunciado pelo governo.

A medida tem sido criticada por associações de produtores rurais, que a consideram intervencionista e um desestímulo à produção nacional. O setor entrou, inclusive, com um pedido na Justiça para suspender o leilão.

Importação do arroz: cronograma e distribuição

No total, serão importadas 300 mil toneladas de arroz beneficiado, polido, longo fino, tipo 1, o mesmo produzido no Brasil. A entrega será feita em três etapas:

  • As primeiras 100 mil toneladas entre 10 de junho e 8 de setembro;
  • Outras 100 mil entre 9 de setembro e 9 de outubro;
  • O restante entre 10 de outubro e 8 de novembro.

Os pacotes serão vendidos diretamente em mercados de bairro, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas.

Os estados contemplados pelo edital do governo são Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

O governo não divulgou os países que participarão do leilão. Os principais fornecedores de arroz para o Brasil são os vizinhos do Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina), que elevaram o preço do grão em até 30% após o governo brasileiro anunciar o leilão em maio, que acabou sendo cancelado.

O governo brasileiro tem sido procurado por embaixadores de outros países. Em maio, a indústria brasileira importou arroz da Tailândia, país que costuma vender esporadicamente para o Brasil.

Motivos e críticas à importação

O governo decidiu importar arroz poucos dias após o início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.

No dia 7 de maio, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a compra de arroz foi decidida para evitar a alta de preços devido à dificuldade do estado em transportar o grão para o resto do país. Na ocasião, ele disse que nenhum atacadista tinha “estoques para mais de 15 dias”.

Em maio, durante as enchentes, o arroz atingiu sua maior cotação no dia 22, quando a saca chegou a R$ 122, uma alta de 15% em relação ao início do mês. A partir de então, o preço começou a recuar e atingiu R$ 118 na terça-feira (4).

O presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Luciano Silveira (MDB), disse que a decisão do governo foi precipitada. “Tínhamos problemas de logística, mas isso foi resolvido”, disse. Segundo ele, as rotas de escoamento de arroz estão liberadas, mencionando especificamente a BR-290 e a BR-116.

Silveira e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) afirmam que o arroz colhido pelos produtores nacionais é suficiente para abastecer o país. Segundo a associação, o estado deve colher 7,1 milhões de toneladas do grão nesta safra, uma redução de 1,2% em relação à temporada anterior.

“A importação, de acordo com a CNA, afetará a cadeia produtiva, criando instabilidade de preços e prejudicando os produtores locais, desconsiderando os grãos já colhidos e armazenados e comprometendo as economias dos produtores rurais que já sofrem com os impactos das enchentes”, ressaltou a entidade.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do governo, pedindo a suspensão do leilão.

 

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