Segundo análise do analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as pastagens oferecem condições para que os pecuaristas retenham os animais, o que contribui para o cenário de aumento nos valores; confira
Nesta segunda-feira (8), o mercado físico do boi gordo voltou a registrar negociações com preços acima das referências médias em várias praças do país. Com escalas de abate mais apertadas em diversos estados, a tendência de alta dos preços no curto prazo se fortalece.
Segundo análise do analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as pastagens ainda oferecem condições para que os pecuaristas retenham os animais, o que contribui para o cenário de aumento nos valores. No entanto, Iglesias ressalta que as vendas de carne estiveram abaixo do esperado, o que limita movimentos mais agressivos de alta nos preços das boiadas.
“Vale destacar que as pastagens ainda oferecem condições para que os pecuaristas retenham os animais neste momento. Outro aspecto a ser mencionado é que as vendas de carne estiveram abaixo do esperado, levando a um quadro de queda dos preços no atacado, mesmo durante a primeira quinzena do mês, período tipicamente pautado por maior apelo ao consumo. Esse cenário é um limitador de movimentos mais agressivos de alta nos preços das boiadas”, diz o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
“Não seria surpreendente se a indústria da carne voltasse a pressionar fortemente pela redução dos preços do animal terminado no curto e médio prazos”, ressalta a Agrifatto. Porém, do lado de dentro das porteiras, os pecuaristas brasileiros tentam segurar o gado, aproveitando as boas condições das pastagens, confirmam os analistas.
Segundo apurou a Scot Consultoria, com poucas negociações na praça paulista, os preços dos animais terminados andaram de lado nesta segunda-feira (8/4) e as escalas de abate seguem, em média, em 8 dias.
Preços do Boi Gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de nove dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.
O indicador do boi gordo CEPEA/B3 registrou, em 8 de abril de 2024, o valor de R$ 225,90 por arroba, representando uma variação negativa de 1,95% em relação ao dia anterior e de 2,76% no acumulado do mês. Em termos de dólar, o valor foi de US$ 44,92. Esses números refletem a dinâmica de mercado e as oscilações nos preços do boi gordo, indicando um contexto de ajustes e movimentações no setor pecuário.
Atacado
No mercado atacadista de carne, os preços apresentaram variações significativas. A carcaça casada de boi castrado registrou uma queda de 3,1%, sendo negociada a R$ 15,65/kg, enquanto a carcaça casada de boi inteiro permaneceu estável em R$ 15/kg. Por outro lado, houve aumento nos preços das carcaças casadas de novilha e vaca, alcançando R$ 14,50/kg (+1,0%) e R$ 14,00/kg (+0,4%), respectivamente.
No segmento de outras carnes, a carcaça especial suína teve um incremento de 3,1%, chegando a R$ 9,90/kg, enquanto o preço do frango aumentou 3,1%, alcançando R$ 6,62/kg. Essas variações refletem as dinâmicas de oferta e demanda no mercado atacadista, influenciadas por fatores como o comportamento do consumo e as condições de produção.
“Com o incremento nos preços das carnes concorrentes, a carcaça do boi está mais competitiva frente às demais”, observam os analistas da Scot.
Exportações de carne bovina
No último período avaliado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), referente aos cinco primeiros dias úteis de abril de 2024, o volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada atingiu 54,6 mil toneladas. Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou 124,3 mil toneladas em 18 dias úteis, observa-se uma diminuição expressiva. No entanto, a média diária exportada até a primeira semana de abril de 2024 registrou um aumento significativo de 78,8% em relação ao volume total exportado em abril de 2023, atingindo 10,9 mil toneladas por dia.
Em relação aos valores monetários, o preço médio na primeira semana de abril de 2024 foi de US$ 4,482 mil por tonelada, representando uma queda de 6,10% em comparação com os dados de abril de 2023. O valor total negociado para o produto até a primeira semana de abril de 2024 alcançou US$ 245,136 milhões, enquanto no mesmo período do ano anterior foi de US$ 525,623 milhões. Esses números evidenciam uma redução significativa no valor comercializado, embora a média diária de US$ 49,032 milhões até a primeira semana de abril de 2024 tenha apresentado um avanço considerável de 67,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essas variações refletem tanto as flutuações nos preços internacionais quanto as dinâmicas do mercado global de carne bovina.