Segundo levantamento, o Brasil liderou produtividade agropecuária mundial entre 187 países de 2000 a 2019; Produtividade agrícola elevada vai manter balança comercial do Brasil robusta nos próximos anos, diz economista
A produtividade do setor agropecuário deve ser um dos fatores que continuará impulsionando o superávit da balança comercial do Brasil nos próximos anos, de acordo com um estudo realizado pela economista Iana Ferrão, do BTG Pactual.
Para 2023, a expectativa da instituição é de superávit de US$ 95 bilhões — valor mais elevado da história e 50% maior do que o recorde anterior, de US$ 62,4 bilhões, registrado em 2022. Esse período de quase duas décadas evidencia o comprometimento contínuo do Brasil com o avanço e a sustentabilidade no setor agropecuário, bem como o seu papel vital na produção global de alimentos.
Em entrevista à CNN, Iana citou um levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) que mostrou que entre 2000 e 2019 o Brasil liderou a produtividade agropecuária mundial entre 187 países.
“Desses 187 países que a USDA analisou, o Brasil foi o que teve maior aumento da atividade agropecuária. E olhando a abertura das importações desse ano e olhando a aprovação da reforma tributaria, as expectativas para a parte agro também são favoráveis nos próximos anos”, avaliou Iana.
Além disso, a economista destacou o crescimento muito forte do volume importado de bens de capital ligado ao setor agrícola como um dos fatores que deve contribuir para a boa produtividade do setor nos próximos anos.
“E a reforma tributária beneficia de forma bastante significativa o setor agro exportador, então isso também vai aumentar a produção e a eficiência do setor no médio e longo prazo”, acrescentou.
Para este ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no país deverá fechar o ano com 318,1 milhões de toneladas, 20,9% maior do que a registrada no ano anterior.
Para Iana, o aumento de produtividade do setor agrícola pode ser explicado pelas reformas que foram feitas no sistema de pesquisa e de financiamento da produção, além de investimentos em pesquisa, fixação biológica de nitrogênio, adoção do plantio direto e manutenção dos sistemas integrados.
Ela explica que, atualmente, a produção é cada vez mais intensiva em ciência e tecnologia e menos intensiva em fatores tradicionais.
Ela explica que, atualmente, a produção é cada vez mais intensiva em ciência e tecnologia e menos intensiva em fatores tradicionais.
Para 2024, o BTG Pactual espera ligeira redução de saldo da balança comercial brasileira, para US$ 87 bilhões. Apesar de o patamar ainda ser bem robusto e muito superior ao dos últimos anos, a projeção é de que a queda irá decorrer, principalmente, pela menor safra agrícola, com destaque para a soja e para a redução dos preços das commodities.