Enquanto se aproxima o feriado da Sexta-feira Santa, os produtores de carne bovina encontram-se em um delicado equilíbrio entre segurar a oferta e enfrentar uma demanda em queda.
Esta terça-feira (26) testemunhou um mercado físico do boi gordo relativamente estável, refletindo a postura cautelosa dos pecuaristas em reter seus rebanhos.
Segundo análises de especialistas como Fernando Henrique Iglesias, da Consultoria Safras & Mercado, esta estabilidade é uma tática estratégica para conter a tendência baixista do mercado, que poderá ser desafiada no segundo trimestre, em meio à diminuição das chuvas associadas historicamente ao auge da safra do boi gordo.
Por outro lado, as indústrias continuam operando com escalas confortáveis de abate, o que poderá mudar conforme avançamos no segundo trimestre e a menor incidência de chuvas reduzir a capacidade de retenção, especialmente durante o período tradicionalmente marcado pelo pico da safra do boi gordo.
Enquanto os produtores buscam manter a oferta sob controle, o mercado atacadista enfrenta desafios. Os preços da carne bovina têm registrado uma queda significativa, com o quarto traseiro sendo precificado a R$ 17,10 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 13,20 por quilo e a ponta de agulha cotada a R$ 13,00 por quilo.
Esta redução nos valores é atribuída ao lento escoamento do produto durante a segunda quinzena do mês, um período historicamente marcado por uma desaceleração no consumo.
A expectativa é que a demanda relacionada ao Domingo de Páscoa possa trazer algum alívio, porém, as indústrias ainda indicam uma quantidade considerável de estoque, o que mantém os preços deprimidos.
Com essa dinâmica em jogo, os pecuaristas observam de perto as flutuações do mercado, ajustando suas estratégias conforme se aproximam os desafios sazonais e os padrões de consumo religiosos, como os associados à Páscoa.
