Direito à alimentação saudável ainda é um desafio para bilhões de pessoas, alerta FAO
Estima-se que cerca de 733 milhões de pessoas enfrentam fome atualmente
O Dia Mundial da Alimentação (DMA), celebrado nesta 16 de outubro, traz à tona questões urgentes sobre a fome e a alimentação saudável no mundo. A campanha deste ano, promovida por organizações internacionais como a FAO, WFP, FIDA e IICA, aborda o tema “”, destacando a importância de garantir acesso universal a alimentos nutritivos e sustentáveis.
Estima-se que cerca de 733 milhões de pessoas enfrentam fome atualmente, e mais de 2,8 bilhões não conseguem acessar uma dieta saudável, o que corresponde a mais de um terço da população mundial. A iniciativa global tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o problema e mobilizar governos, empresas e sociedade civil em busca de soluções.
Desafios no campo e nas cidades
A agricultura familiar é apontada como um dos pilares para combater a fome e a pobreza, especialmente no Brasil. Arnoud Hameleers, Diretor-País do FIDA no Brasil, ressaltou a importância de investimentos públicos e privados para apoiar os pequenos agricultores, que produzem a maior parte dos alimentos consumidos no país e empregam grande parte da força de trabalho rural. Segundo ele, a agricultura familiar desempenha um papel crucial na garantia da segurança alimentar, principalmente em um contexto de mudanças climáticas.
No entanto, além dos desafios no campo, a má nutrição nas cidades também é motivo de preocupação. O consumo de alimentos ultraprocessados tem contribuído para o aumento da obesidade, com 2,5 bilhões de adultos e 37 milhões de crianças sofrendo com o problema. Para Daniel Balaban, do Centro de Excelência contra a Fome do WFP, essa má alimentação afeta a saúde pública e gera consequências econômicas e sociais significativas.
Iniciativas no Brasil
No Brasil, o governo federal apoia a campanha do Dia Mundial da Alimentação por meio de iniciativas como o Plano Brasil Sem Fome e a proposta de criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será lançada em novembro durante a presidência do G20. O país tem um histórico de sucesso em programas de combate à fome, como o Bolsa Família e o Fome Zero, que o tiraram do Mapa da Fome em 2014, mas a pandemia e outras crises recentes fizeram o Brasil retornar a esse índice em 2021.