Filhotes de peixe-boi ameaçados são resgatados em operação aérea
Um dos animais apresentava ferimento nas costas, sugerindo que sua mãe pode ter sido morta por um arpão
O transporte de dois filhotes de peixe-boi-da-Amazônia () para Belém, Pará, foi realizado nesse último domingo (10) pelo Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), vinculado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup).
Os dois mamíferos aquáticos foram encontrados em Monte Alegre, no Baixo Amazonas, e Portel, na região do Marajó.
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O voo iniciou na manhã de ontem para Santarém e, em seguida, para Monte Alegre, onde o primeiro filhote embarcou. O animal foi encontrado na quinta-feira (7), pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
A secretaria solicitou apoio ao órgão estadual de meio ambiente e sustentabilidade (Semas) no traslado do animal. Durante esses dias, o filhote foi assistido pelos comunitários e pela Semma de Monte Alegre até a hora do resgate.
Transporte aéreo
Segundo o diretor do Grupamento, coronel Armando Gonçalves, o transporte no modal aéreo é o mais recomendado nesse tipo de demanda, por oferecer maior segurança aos animais, em menor tempo.
“O uso de aeronaves em operações de resgate como essa garante a segurança dos animais e a eficiência do processo, minimizando o tempo de resposta e maximizando as chances de sucesso”, afirma.
Durante o traslado de Monte Alegre a Belém, a equipe tomou conhecimento do segundo animal, conhecido carinhosamente como ‘Bené Baixinho’. Bené foi encontrado no sábado (9) na comunidade São Benedito, área rural de Portel, no Marajó, e estava sob cuidados do Instituto Bicho D’água.
Foi então que a rota para Portel foi traçada para o resgate do segundo animal com pouso no final da tarde na base do Graesp, em Val-de-Cans, Belém. Agora, os dois filhotes estão recebendo cuidados no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Após isso, ‘Bene Baixinho’ (Portel) será encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Filhote ficou sem alimentação
A gerente de fauna, aquicultura e pesca da Semas, Talita Praxedes, informou que, em Monte Alegre, estima-se que o filhote tenha ficado pelo menos oito dias sem alimentação.
O animal apresentava um ferimento nas costas, sugerindo que sua mãe pode ter sido morta por um arpão, que também o atingiu. A condição resultou no emagrecimento e desidratação do animal.
De acordo com Praxedes, o filhote menor apresentava apenas sinais de desidratação e leve perda de peso, menos acentuada que a do outro animal.
*Sob supervisão de Victor Faverin