O governo israelense repreendeu publicamente o embaixador brasileiro em Tel Aviv, seguido pela declaração de Lula como “persona non grata”. Isso significa que ele não é bem-vindo em Israel.
Durante uma entrevista concedida à imprensa na capital da Etiópia, o presidente Lula encerrou uma viagem de cinco dias ao continente africano no domingo (18). Questionado sobre o financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinos, Lula expressou desaprovação em relação aos países que interromperam o apoio financeiro à organização. Isso ocorreu após denúncias de suposto envolvimento de membros da agência em um ataque terrorista perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, resultando em centenas de mortes e sequestros. O presidente ainda destacou que, desde o início da reação israelense, o número de mortes em Gaza ultrapassou 29 mil, conforme relatado pelo Ministério da Saúde do Hamas.
Lula afirmou que o que ocorre na Faixa de Gaza não pode ser categorizado como uma guerra, mas sim como um genocídio.
“É muito engraçado. Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”, questionou.
O presidente também fez uma analogia entre a ofensiva de Israel na região e o Holocausto, no qual o regime nazista de Adolf Hitler exterminou seis milhões de judeus.
O presidente também comparou a ofensiva de Israel ao Holocausto, quando o regime nazista de Adolf Hitler exterminou 6 milhões de judeus.
“Sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então, como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno… Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, afirmou.
Nas horas seguintes à declaração do presidente brasileiro, as autoridades israelenses reagiram com indignação.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou as palavras de Lula como vergonhosas e graves.