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Lula exalta Dino e diz que está feliz com ‘ministro comunista’ no STF

Durante a 4ª Conferência Nacional da Juventude, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso abrangente, abordando temas que vão desde a indicação de Dino, um “ministro comunista”, ao Supremo Tribunal Federal (STF) até ataques hackers; confira

Durante o evento da 4ª Conferência Nacional da Juventude, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso abrangente, abordando temas que vão desde a indicação de um “ministro comunista” ao Supremo Tribunal Federal (STF) até ataques hackers, questões ministeriais e a formação política da juventude.

Em um momento marcante de seu pronunciamento, Lula expressou sua satisfação por colocar Flávio Dino, ex-ministro da Justiça, no STF. Dino, filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) até 2022 e posteriormente ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi indicado por Lula e aprovado pelo Senado. O presidente destacou a importância de dialogar com diversos setores na política, enfatizando que é necessário compreender e conversar com quem é eleito, independentemente das divergências ideológicas.

“Nós temos que conversar com pessoas que vocês não gostam, com pessoas que vocês ficam até com ojeriza quando veem o Lula na TV conversando com essas pessoas. Na política a gente tem que compreender que a gente conversa com quem é eleito, porque é ele que tem voto, e é assim que a gente vai conseguindo aprovar as coisas que nós aprovamos, como o fundo da educação para garantir uma bolsa para os estudantes nesse país”, disse Lula.

“Vocês não sabem como eu estou feliz hoje. Pela primeira vez na história desse país, nós conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista, um companheiro da qualidade do Flávio Dino“, completou.

Lula também comentou sobre o ataque hacker à conta da primeira-dama Janja, revelando que um adolescente de 17 anos foi identificado como responsável. O presidente aproveitou o momento para questionar a necessidade de formar a juventude e combater práticas prejudiciais, destacando a importância de uma abordagem educativa.

“Você sabe que um dos moleques, uma das coisas que aconteceu com o cara que hackeou a Janja, sabe quem passou a noite passando as informações? Era um moleque de 17 anos. Quando a gente vai reagir aos moleques que ficam pegando foto de meninas e colocando na internet? Quando é que a gente vai formar essa gente?”, questionou o presidente.

Outro ponto abordado foi a crítica do presidente ao trabalho excessivo não remunerado, especialmente relacionado ao uso constante de smartphones fora do expediente oficial. Lula ressaltou as mudanças no padrão de trabalho, comparando a época em que solicitava horas extras por trabalhar além do horário com a atual realidade, em que profissionais trabalham ininterruptamente pelo celular.

“Antigamente, eu trabalhava 10 minutos a mais que meu horário de trabalho, eu pedia hora extra, eu abria processo. Hoje, se trabalha de escravo no celular. Trabalha na hora do almoço, na hora que vai ao banheiro, na hora que sai do serviço, na hora que vai deitar, e ninguém paga nada pelo excesso da jornada que cada um de nós faz nesse país“, disse Lula.

O presidente também pediu aos jovens presentes no evento que ajudem na formação política de outros jovens. Ele citou o percentual de jovens argentinos que votaram no recém-empossado presidente do país, Javier Milei.

“Qual é o trabalho que vamos fazer com os milhões de jovens que ainda não nos entendem? Como vamos tratar esses milhões de jovens? Sessenta e cinco por cento votaram no Milei, de 16 a 24 anos de idade. Como é que a gente vai competir na formação política dessa juventude, que está abandonada na periferia, sendo violentada todo dia com a indústria da fakenews, da mentira, da destruição?”, afirmou Lula.

Ao falar sobre a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça e a possível divisão da pasta, Lula defendeu a necessidade de mais ministros para lidar com os diversos assuntos do país. Ele reconheceu o desafio de reconstruir os ministérios após encontrar pastas “destruídas” e comprometeu-se a recompor a mão de obra dos órgãos governamentais.

“Porque nesse país é preciso a gente parar de acreditar quando a imprensa fala ‘tem muito ministro, tem muito ministro, tem muito ministro’. Tem pouco ministro porque é preciso mais ministros para cuidar de mais assunto nesse país”, disse o presidente.

Flávio Dino, por sua vez, teve sua atuação no Ministério da Justiça destacada, incluindo esforços para solucionar o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, a elaboração de decretos sobre armas e a resposta a crises de segurança em estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

O presidente encerrou seu discurso apelando aos jovens presentes para ajudarem na formação política de outros jovens e refletiu sobre a necessidade de competir na formação política, especialmente diante da influência da desinformação e fake news.

O evento foi marcado por debates relevantes e reflexões sobre a política nacional, proporcionando aos participantes uma visão ampla dos desafios e prioridades do governo Lula neste novo ciclo político.

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