“Se as transformações perdurarem, os agricultores se apresentarão de maneira inédita em todo o país”; compreenda melhor a manifestação que está levando mais de 1.700 fazendeiros, acompanhados por milhares de tratores, a ocupar Berlim, na Alemanha.
Na manhã de hoje, 8 de janeiro, os anunciados protestos dos agricultores começaram em toda a Alemanha. O presidente dos agricultores, Joachim Rukwied, pede apoio à população. Uma impressionante caravana de mais de 1.700 fazendeiros em milhares de tratores convergiu para o portão de Brandemburgo, em Berlim, em um protesto marcante contra as recentes propostas do governo alemão. Convocada pela Associação Alemã de Agricultores, a manifestação uniu agricultores de várias regiões do país, que deslocaram-se até a capital conduzindo seus próprios tratores.
O dia começou com uma nova movimentação dos tratores pelas ruas do país. Mesmo com uma manhã gelada, com muita neve, os pecuaristas e agricultores estão se mobilizando em uma semana decisiva. Segundo a Associação, os planos do governo federal para apagar o #Agrardiesels não estão fora da mesa de projetos e, por isso, essa será uma semana decisiva.
Joachim Rukwied, presidente da Associação, classificou os planos governamentais como “uma declaração de guerra” aos agricultores, enfatizando a determinação da categoria em resistir às mudanças propostas. Rukwied alertou para possíveis novos protestos, anunciando que, desde o dia 18 de dezembro, os agricultores estariam presentes “em todos os lugares de uma forma que o país nunca viu antes“.
Logo pela manhã, manifestação dos agricultores na Alemanha tiveram início. Mas, o cerne da revolta teve como estopim a decisão da coalizão governamental de eliminar o subsídio ao diesel agrícola e pôr fim à isenção de impostos para veículos agrícolas e florestais, como parte das negociações para o orçamento de 2024. Essa medida foi desencadeada após uma decisão do Tribunal Constitucional em novembro, que obrigou o governo a cortar 17 bilhões de euros para evitar mais dívidas.
Os agricultores argumentaram que a abolição dos incentivos resultou em uma sobrecarga de mais de 1 bilhão de euros por ano para o setor agrícola. Jörg Schäfer, um dos manifestantes, alertou que, se as propostas forem implementadas, seu negócio enfrentará custos mensais adicionais significativos.
Cem Özdemir, ministro da Agricultura do partido Verde, compareceu ao protesto, prometendo lutar para atenuar os cortes. No entanto, ele foi recebido com vaias e assobios dos manifestantes, evidenciando a tensão entre os agricultores e o governo. Enquanto alguns apoiavam a ação como uma medida necessária diante da crise orçamentária, outros, incluindo a União Democrata Cristã (CDU), principal força de oposição, se opunham às mudanças, pressionando para que o governo revisse suas decisões.
A medida, que afeta diversos setores, destaca a agricultura como particularmente impactada, gerando preocupações sobre a competitividade dos produtos alemães e a possível importação de alimentos de países com padrões ambientais mais baixos.
“Os planos do governo federal para apagar o #Agrardiesels ainda não estão fora da mesa e nossa semana de ação de 8 até o dia 15 de janeiro se aproxima”, apontou a Associação Alemã de Agricultores. Ainda segundo a Associação, o movimento convoca aqueles que lutam e buscam melhorias e direitos para o setor, não sendo tolerado ou convocado extremistas.
Torna-se claro que este não é um protesto puramente agrícola. As pequenas e grandes empresas artesanais também estão representadas em grande número. Em Berlim, muitos agricultores, logísticos e artesãos reuniram-se ontem no Portão de Brandemburgo. Esta manhã havia algumas centenas de máquinas entre a Coluna da Vitória e o Portão de Brandemburgo, desde tratores a betoneiras.
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Em comunicado, o porta-voz do chanceler Olaf Scholz, Steffen Hebestreit, disse que o desconto no imposto sobre máquinas agrícolas será mantido.
O acordo também estabelece que os subsídios à gasolina não serão eliminados de uma vez e sim reduzidos progressivamente para dar tempo de adaptação às empresas.
“Em 2024, será reduzido em 40%. Haverá uma redução adicional de 30% em 2025 e em 2026″, disse. O governo alemão cortará o benefício definitivamente em 2026.
Apesar do acordo, a Associação Alemã de Agricultores disse que manterá os atos de manifestação dos agricultores na Alemanha
“Isso [o acordo] pode ser um 1º passo. Nossa posição permanece inalterada: ambos os cortes propostos devem ser retirados da mesa”, afirmou o presidente da associação, Joachim Rukwied, em publicação no Facebook.
Essa não será a 1ª vez que agricultores alemães realizam protestos por causa do fim dos benefícios. Em 18 de dezembro de 2023, mais de 1.500 tratores foram conduzidos até o Portão de Brandemburgo, em Berlim, em ato contras as medidas do governo. Segundo a associação, a manifestação teve de 8.000 a 10.000 participantes. A polícia estimou cerca de 6.600 participantes e 1.700 tratores nas manifestação dos agricultores na Alemanha.
Vídeo publicado da manifestação dos agricultores na Alemanha dia oito de janeiro