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PR bate novo recorde de incêndios florestais

Em 2024 já são 11 mil casos. Fumaça cinza cobre maior parte do estado e produtores rurais estão em alerta

PR bate novo recorde de incêndios florestais

Em 2024 já são 11 mil casos. Fumaça cinza cobre maior parte do estado e produtores rurais estão em alerta

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O azul marcante do céu paranaense nunca mais apareceu. A rotina agora é de uma atmosfera encoberta, acinzentada e de tonalidades apagadas. As campanhas e ações de prevenção estão intensificadas, o estado atingiu na última semana recorde histórico de incêndios florestais: 11 mil 115 casos somente em 2024.

O Corpo de Bombeiros do Paraná fez um levantamento do agravamento dos incêndios e mostra as ocorrências no estado a partir de 2018, com picos entre 2019 e 2021, queda bem acentuada nos anos seguintes e o resultado drástico em 2024.

Um decreto de emergência feito pelo governo do Paraná por causa dos incêndios está em andamento e se estende pelo prazo de 180 dias. A Federação da Agricultura do Estado, que fez o pedido, reforça as orientações legais para o produtor rural em caso de focos de calor nas propriedades: “diante de fogo de qualquer intensidade e tamanho na propriedade, seja em áreas de reserva legal, APP ou em qualquer área, o proprietário deve fazer um boletim de ocorrência para garantir segurança jurídica. Deve verificar se o município já decretou situação de emergência e se não decretou, ir até o prefeito e solicitar que o faça para ter os benefícios tanto estaduais quanto federais”, explica Carla Becker, assessora técnica da área ambiental da Faep.

Para prevenir novos incêndios, ​​o Instituto Água e Terra do Paraná (IAT) suspendeu, pelo período de 90 dias, qualquer queima controlada para atividades agrossilvipastoris. A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) segue com as ações da campanha de prevenção.

Ailson Loper, diretor executivo da Apre, destaca o problema da falta de recurso: “Não conseguimos reunir a quantidade de pessoas tecnicamente preparadas para enfrentar esse problema porque ele ocorre em várias regiões do país. Então estamos em fase de preparar, junto com a Defesa Civil, planos de auxílio mútuo, mapeando todos os recursos disponíveis para enfrentamento a esse problema”. A Apre também está trabalhando no desenvolvimento de um aplicativo que vai apontar em tempo real, perigos de incêndio, conta Alison Loper.

Alexandre França Tetto, professor da Universidade Federal do Paraná, lembra que o estado pode estar atravessando um período crítico, de maior estiagem, o que favorece o aumento das queimadas. “Dizem que a constante do clima é mudar. A cada quatro ou cinco anos, aqui no Paraná, temos períodos de maior estiagem e consequentemente, mais áreas atingidas, mais impactos causados pelos incêndios. Por isso é importante sempre trabalhar a prevenção’, explicou o professor.  

Na Região Sul, equipes do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina levaram 20 homens de apoio ao Mato Grosso do Sul para ajudar a conter as queimadas que avançam no estado. As equipes permaneceram por 17 dias no estado, atuando em 3 cidades do Pantanal. Somados os três municípios, o grupo atuou em uma área de aproximadamente 70 mil hectares. A região enfrenta a pior estiagem dos últimos 75 anos.

Nos próximos dias uma nova equipe catarinense irá atuar no combate ao fogo mais 30 dias no Mato Grosso do Sul. O capitão Ricardo Bianchi, que comanda a 1ª equipe do CBMSC, falou com a nossa equipe sobre o trabalho: “São localidades distantes e de difícil acesso. Conseguimos preservar muita coisa, mas sabemos que ainda é uma situação muito crítica”.

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