Soja: como o mercado do grão se comportou? leia a análise detalhada
Diversos fatores, como as condições climáticas e as dinâmicas de demanda, influenciam o cenário da commodity
O mercado da soja tem sido influenciado por uma combinação de fatores climáticos, econômicos e de demanda. De acordo com a plataforma Grão Direto, as recentes chuvas ao longo da BR-153, por exemplo, impulsionaram o avanço do plantio do grão na região Centro-Oeste, proporcionando condições favoráveis para os produtores.
Internacionalmente, nos Estados Unidos, a colheita de soja avançou rapidamente, alcançando cerca de 75% da área total plantada. Esse ritmo acelerado tem pressionado as cotações em Chicago, refletindo um mercado em ajuste e a necessidade de adaptação dos produtores brasileiros às novas condições de oferta.
PIB Chinês
O PIB da China apresentou crescimento abaixo do esperado, não respondendo como o governo havia previsto aos incentivos econômicos. Apesar disso, as compras de soja pelo país asiático ajudaram a sustentar os preços em queda ao longo da semana. A incerteza econômica na China continua a ser um fator que pode impactar a demanda por soja brasileira
Em Chicago, o contrato de soja para novembro de 2024 fechou a U$9,70 o bushel, uma queda de 3,48%. O contrato com vencimento em março de 2025 também registrou queda, encerrando a U$9,97 o bushel. No mercado físico brasileiro, os movimentos foram semelhantes, apesar da alta de 1,42% do dólar, que terminou a R$5,70.
O que esperar do mercado?
Condições meteorológicas
As chuvas nas regiões produtoras do Brasil devem continuar nas próximas semanas, beneficiando o plantio. No entanto, a área plantada segue 13% abaixo da de 2023 e 20% abaixo em relação a 2022. Com a previsão de um ritmo acelerado no plantio, a safra 2024/2025 deve entrar em uma fase germinativa favorável, garantindo boa reserva de água para o desenvolvimento vegetativo.
Baixa comercialização
A safra de soja brasileira inicia com o menor índice de comercialização dos últimos cinco anos, cerca de 12% inferior à safra anterior. Se essa baixa comercialização persistir e as chuvas continuarem, a fase crítica da produção, entre dezembro e janeiro, pode encontrar uma safra em boas condições, mas com pouca movimentação no mercado. Isso resultaria em forte pressão baixista sobre os prêmios no início da colheita.
Demanda chinesa
Com a guerra comercial entre China e EUA, houve um aumento na demanda chinesa por soja brasileira. Contudo, o PIB anual da China cresceu menos do que o esperado, e a falta de clareza sobre as finalidades do pacote de incentivos do governo chinês pode impactar essa demanda. O cenário permanece desafiador, com pressão negativa sobre os prêmios brasileiros.
Com base nos fatores apontados pela plataforma, poderemos ter mais uma semana negativa em Chicago, restando ao dólar, principalmente, fazer o contrapeso das cotações no país. O cenário segue pessimista.