Soja: pressão de oferta e dólar forte derrubam Chicago
A entrada da nova safra-norte americana e o fortalecimento do dólar influenciaram negativamente os preços da soja
Os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerraram esta quarta-feira (13) em baixa, impactados por uma combinação de fatores econômicos que pressionaram o mercado da oleaginosa. A entrada da nova safra norte-americana, o fortalecimento do dólar frente a outras moedas e as expectativas de inflação crescente nos Estados Unidos influenciaram negativamente os preços.
Além do impacto da colheita nos Estados Unidos, que aumenta a oferta disponível no mercado, o dólar forte tem dificultado a competitividade da soja americana no mercado internacional. O fortalecimento da moeda estadunidense torna o produto mais caro para compradores estrangeiros, o que limita as exportações e pressiona os preços para baixo.
As especulações sobre a inflação nos EUA também têm gerado incertezas no mercado, com a expectativa de que os preços possam continuar elevados, o que pode levar o Federal Reserve (Fed) a revisar sua política de juros, impactando o apetite por risco e a demanda por commodities.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos, que apresentou resultados em linha com as expectativas, não foi suficiente para desviar a atenção do mercado para os efeitos potenciais de um possível endurecimento da política monetária.
As medidas protecionistas previstas pelo presidente eleito Donald Trump, com foco no setor industrial, podem alterar a estratégia do Federal Reserve (Fed) em 2025, adiando ou até revertendo o ciclo de cortes de juros, caso a inflação nos EUA não desacelere. Além disso, a nomeação do ex-congressista Lee Zeldin para comandar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) pode trazer desafios ao setor de biocombustíveis, um dos principais demandantes do farelo de soja.
Contratos futuros da soja
Os contratos futuros da soja em grão com entrega em janeiro de 2025 fecharam com recuo de 2,75 centavos, ou 0,27%, cotados a US$ 10,07 3/4 por bushel. A posição de março de 2025 também apresentou queda, de 4,00 centavos, ou 0,39%, fechando a US$ 10,18 1/2 por bushel.
Nos subprodutos, o farelo de soja também sofreu perdas, com a posição de dezembro recuando US$ 1,30, ou 0,44%, para US$ 291,60 por tonelada. O óleo de soja, por sua vez, registrou uma queda de 1,05 centavo, ou 2,27%, com contratos para dezembro fechando a 45,18 centavos por libra-peso.