Modelo usa inteligência artificial e sinal via satélite contra dezenas de espécies.
A startup brasileira Tarvos desenvolveu uma armadilha digital de baixo custo para elevar o nível do controle e Manejo Integrado de Pragas (MIP). O sistema, já disponível no mercado, visa reduzir as perdas de produção e, também, gerar economia em defensivos.
Para isso, a solução aplica inteligência artificial (IA), aprendizagem de máquina e comunicação via satélite a fim de gerar mais eficiência, produtividade e maiores margens.
Carolina Suffi, CCO da Tarvos, alerta que é urgente um olhar tecnológico de dados para conter tantas perdas no cultivo de culturas, como soja, milho ou cana-de-açúcar, que são as principais commodities do agronegócio.
“Atualmente ainda se faz o MIP de forma totalmente anacrônico e precisamos de rapidez na informação, diariamente e em tempo real, sobre o que está acontecendo no campo com a chegada e presença de pragas”, comentou a especialista.
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Segundo ela, muitas propriedades ainda fazem uso desmedido de pesticidas como principal opção de controle de insetos-pragas, porém, atualmente, a tecnologia e a ciência de dados mostram que este não é o melhor caminho.
Como funciona a armadilha digital de pragas?
As armadilhas inteligentes capturam pragas de múltiplas espécies, analisam os dados e enviam tais informações via satélite em tempo real. Desta forma, ajudam a garantir que insumos químicos e/ou biológicos sejam aplicados onde e quando necessário.
Segundo a empresa, trata-se de um produto de baixo custo que diz ao produtor onde e quando ele deve agir, provendo relatórios via WhatsApp e dados de extrema importância para tomada de decisão.
O processamento de dados é embarcado na própria armadilha com transmissão via satélite e operação 100% nacional, o que permite suporte em âmbito nacional.
“O MIP requer a determinação precisa e rápida das populações de pragas no campo para o sucesso da proteção das culturas. Além disso, a aplicação de defensivos no momento correto aumenta a eficácia e reduz custos”, enfatiza Andrei Grespan, CEO da empresa.
Prejuízo com pragas
O impacto das pragas na agricultura gera prejuízos bilionários a cada ano, além de gastos em excesso com defensivos. Segundo estudos acadêmicos de 2014, o Brasil perde cerca de 25 milhões de toneladas de alimentos, fibras e biocombustíveis por ano devido ao ataque de insetos-praga.
Essa situação representa um prejuízo financeiro de US$ 15,1 bilhões em safras de grãos, açúcar, frutas e etanol e para combater são necessárias 164 mil toneladas de inseticidas.