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Trigo no Rio Grande do Sul: alta umidade e falta de sementes complicam plantio

Agricultores enfrentam dificuldades no desenvolvimento da cultura no principal estado produtor do cereal

Trigo no Rio Grande do Sul: alta umidade e falta de sementes complicam plantio

Agricultores enfrentam dificuldades no desenvolvimento da cultura no principal estado produtor do cereal

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A safra de trigo no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal no Brasil, começou com grandes desafios. A alta umidade impacta negativamente o desenvolvimento da cultura e atrasou o plantio em algumas regiões. Além disso, a falta de sementes tem sido um problema significativo. Até o momento, a semeadura alcançou 94% das áreas previstas.

As lavouras de trigo enfrentam dificuldades no ciclo 2024/25. O triticultor Adalberto Ottoni, que planta há mais de três décadas, reduziu a área semeada em 25% nesta safra devido às condições adversas. “Este ano o plantio foi difícil, com muita chuva. Quem não conseguiu plantar está esperando até hoje, com o solo encharcado”, relatou Ottoni.

A Emater estima que a área plantada com trigo no Rio Grande do Sul será de 1,3 milhão de hectares, uma redução de 12% em relação ao ano anterior. A janela ideal de plantio no noroeste do estado, maior região produtora, terminou em 15 de julho, e a semeadura está atrasada. A disponibilidade de sementes também é um desafio, pois a safra passada foi ruim e rendeu menos para os sementeiros.

De acordo com a Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), o estado é o maior produtor de sementes de trigo do Brasil. Na safra passada, foram plantados 117 mil hectares, mas a produção quebrou em 50%, resultando em apenas 3 milhões de sacas, quando eram esperadas 6,2 milhões de sacas. Jean Carlos Cirino, diretor-executivo da Apassul, afirmou que a quebra foi expressiva e limitou a área plantada com trigo pela disponibilidade de sementes.

Doenças ameaçam o trigo

O trigo que já germinou se desenvolve bem, beneficiado pelo frio das últimas semanas, mas a safra exige atenção às doenças fúngicas favorecidas pelo excesso de umidade. Nas lavouras, há cenários de plantas amarelas ou com tombamento, sendo o oídio a primeira doença fúngica a aparecer. Cheila Sbalcheiro, analista de fitopatologia da Embrapa Trigo, alerta para a necessidade de monitoramento frequente, pois o oídio é mais agressivo em cultivares mais suscetíveis.

Com o preço da saca de sementes atingindo picos de R$ 3,40 por quilo e a maior necessidade de manejo de fungicidas, os produtores esperam que o tempo colabore para que a produção seja rentável. “Para pagar o custo da lavoura de trigo hoje, é necessário colher pelo menos 50 sacas por hectare”, afirmou Ottoni.

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