Cacau: primeiro foco comercial de monilíase é detectado no Brasil
Operação do Ministério da Agricultura envolve supressão de plantas e monitormaneto em 9 municípios no Norte
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou ações para conter a monilíase do cacaueiro em uma propriedade comercial com cerca de 850 plantas em Urucurituba, no Amazonas.
É a primeira vez que a praga é confirmada em uma área produtiva comercial no Brasil. As medidas incluíram redução de copa, remoção de frutos e aplicação de ureia.
Além disso, o Mapa conduziu levantamentos em nove municípios próximos à divisa entre Amazonas e Pará para delimitar o alcance da infestação.
Os protocolos fitossanitários seguiram diretrizes da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Histórico da monilíase no Brasil
O primeiro foco da praga foi identificado em julho de 2021, em uma área urbana de Cruzeiro do Sul (AC). Em 2022, um novo registro ocorreu em comunidades rurais ribeirinhas de Tabatinga (AM). Em julho deste ano, foi a vez de Urucurituba (AM), despertando alerta devido à proximidade com regiões produtoras de cacau.
Edilene Cambraia, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da pasta, destacou a necessidade de ações rápidas para evitar que a praga atinja áreas mais amplas.
“A detecção a mais de 1.000 quilômetros da área monitorada gerou preocupação quanto à chegada da praga nas regiões produtoras de cacau”, afirmou.
Combate à praga do cacau
A operação contou com a participação de auditores fiscais do Mapa, agentes estaduais da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf/AM), técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam/AM) e operadores de campo cedidos pela Prefeitura de Urucurituba. A delimitação foi auxiliada por barcos e fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepara).
A monilíase é causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que produz esporos capazes de permanecer viáveis por meses. Para garantir a eliminação da praga, a área afetada será monitorada por seis meses, com inspeções coordenadas pelo Mapa.
O ministério informa que realiza levantamentos regulares de detecção em estados de fronteira e regiões produtoras de cacau e cupuaçu como parte do Plano Nacional de Prevenção e Vigilância para a Monilíase, instituído pela instrução normativa nº 112/2020.
Mais detalhes sobre os protocolos operacionais podem ser acessados no Manual de Procedimentos do Mapa.