Demanda enfraquecida relaciona-se com menor poder de compra dos brasileiros.
O mercado interno de carne bovina segue lento em setembro, segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
A justificativa está no menor poder de compra de grande parte da população brasileira, que tem enfraquecido a demanda interna.
De acordo com o Cepea, esse cenário tem pressionado as cotações da proteína, mesmo com as exportações aquecidas.
No acumulado da parcial deste ano (de dezembro/21 a parcial de setembro/22), a carne (carcaça casada do boi, comercializada do atacado da Grande São Paulo) se desvalorizou 10,5%, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2022).
Saiba mais: Expointer: metodologia da Embrapa mede emissão de metano em bovinos
Já de agosto para setembro, a queda no preço da proteína é de 1,65%.
Mercado estável em São Paulo
Análises da Scot Consultoria considerando que, em São Paulo, o mercado bovino está estável. Ontem (dia 14), com escalas de abate confortáveis e, em sua maioria, com setembro praticamente fechado, os preços não tiveram alterações significativas na comparação com o dia anterior (13/9).
Já no Sul da Bahia, com boa oferta de vacas na região, a cotação caiu R$2,00/@ de vaca gorda, para o boi e novilha os preços ficaram estáveis no comparativo diário.
E em Três Lagoas (MS), também com escalas de abate confortáveis e boa oferta, a cotação do boi gordo caiu R$1,00/@. A cotação da vaca e da novilha permaneceram estáveis na comparação feita dia a dia.
Exportação de carne bovina
Ainda segundo a Scot, até a segunda semana de setembro, o Brasil exportou 63,7 mil toneladas de carne bovina in natura.
O volume médio diário embarcado foi de 10,6 mil toneladas, aumento de 18,7% frente à média de agosto/22 (8,8 mil toneladas).
O preço pago por tonelada em setembro foi de US$6,1 mil, incremento de 4,7% frente à média em setembro de 2021.