CEO do Carrefour França é pressionado e deve assinar carta de retratação
Ministro Carlos Fávaro afirmou que embaixador francês se ofereceu para ser um intermediador e apaziguar o imbróglio
A diretoria da rede de supermercados Carrefour foi pega de surpresa com a dimensão que a fala do CEO da empresa na França, Alexandre Bompard, causou no Brasil.
Em carta direcionada aos agricultores franceses, o executivo havia afirmado que a empresa não mais compraria carne do Mercosul. A justificativa era de que os países do bloco não cumpriam os requisitos sanitários e ambientais necessários.
Porém, o setor brasileiro se levantou e afirmou que a declaração se tratava de protecionismo disfarçado de preocupação ambiental.
Assim, após diversas entidades do setor no Brasil expressarem repúdio e os maiores frigoríficos do país, como JBS e Marfrig, paralisarem o envio do produto à rede varejista, um pedido de desculpas parece estar prestes a ser anunciado por Bompard, afirmando que a rede voltará a adquirir carne da região.
Na noite desta segunda-feira, o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, ressaltou que a embaixada francesa no Brasil está intermediando com o Carrefour “uma fala de retratação”.
Em entrevista à TV Globo, o ministro afirmou que “o embaixador francês se ofereceu, falando com o nosso secretário de relações internacionais, para ser um intermediador de uma proposta para apaziguar este assunto”.
A falta de carne já começa a ser sentida nas gôndolas dos supermercados da rede. No país, o grupo Carrefour também opera com as lojas Atacadão e Sam’s Club.
O Brasil é, inclusive, o segundo maior mercado da empresa no mundo. Entre janeiro e setembro deste ano, foram cerca de R$ 95 bilhões em faturamento. O montante perde apenas para a França, país-sede do grupo, onde a receita gira em torno de R$ 200 bilhões.