Ex-ator da Globo critica sertanejo: ‘É a música do fascismo brasileiro’
Segundo Pedro Cardoso, gênero sertanejo moderno perdeu suas características genuinamente brasileiras
O ex-ator da Globo Pedro Cardoso, conhecido por interpretar Agostinho Carrara na série “A Grande Família”, fez críticas severas à música sertaneja atual em uma entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 21 de setembro. As declarações começaram a ganhar repercussão nesta quarta-feira, 16 de outubro, e provocaram reações de artistas e fãs do gênero nas redes sociais.
Durante a entrevista, Cardoso questionou a autenticidade do sertanejo contemporâneo, afirmando que ele se distanciou das tradições e temas originais do gênero. Segundo o ator, o sertanejo tradicional falava sobre a vida no sertão e as dificuldades do campo, enquanto as músicas atuais se concentram em temas mais superficiais.
“Acho injusto chamar isso de sertanejo. Sertanejo é: ‘no rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo’. Isso é sertanejo”, afirmou Cardoso. “O único assunto que eles têm [hoje] é a questão da masculinidade e da fidelidade feminina”.
O ator classificou o sertanejo atual como “a música do fascismo brasileiro”. Segundo ele, o gênero é vazio de conteúdo e se repete em temáticas limitadas. “É uma música vazia de interesse teórico, sobre assunto nenhum. É uma música sobre ser corno ou não ser corno”, afirmou.
Cardoso também fez observações sobre a influência da cultura norte-americana no sertanejo atual, sugerindo que o gênero foi “importado” e moldado para atender ao mercado, alegando que o sertanejo moderno perdeu suas características genuinamente brasileiras.