Instalação de espelhos ajuda na reprodução de flamingos em parque no Pará
Viver em grandes populações garante maior conforto para essas aves; estratégia cria ilusão de um bando maior
A equipe técnica do Mangal das Garças, em Belém (PA), adotou uma estratégia de instalar espelhos para estimular a reprodução de flamingos no Parque Zoobotânico Mangal das Garças. Fixados às margens do Lago Cavername, os espelhos criam a ilusão de um bando maior, condição essencial para que as aves, que em habitat natural precisam de cerca de 30 indivíduos para se sentirem seguras, iniciem o acasalamento, construam ninhos e depositem ovos.
Com o intuito de aumentar o grupo de flamingos do parque, que atualmente conta com exemplares de duas espécies, a equipe técnica do Mangal adota algumas medidas como o oferecimento de rações mais proteícas e a construção de ninhos de lama que imitam os encontrados na natureza. Recentemente, a nova técnica realizada com a instalação de espelhos no recinto dessas aves tem despertado a curiosidade dos visitantes.
O biólogo do Mangal, Basílio Guerreiro, conta que métodos semelhantes já foram aplicados em outros zoológicos brasileiros, com resultados promissores.
“A estratégia é simples: simular a percepção de que há duplicação da quantidade de indivíduos, e já que temos 17 animais, o grupo entenderá que há 34, provocando uma sensação de segurança e proteção da futura prole. A mesma técnica já foi aplicada em diversos zoológicos do Brasil e obteve bastante sucesso”, afirma Guerreiro.
Existem seis espécies de flamingos, aves pertencem à família Phoenicopteridae e que naturalmente vivem em bandos bastante numerosos – há registros de grupos compostos de um milhão de indivíduos. Viver em grandes populações garante um maior conforto para essas espécies, principalmente em se tratando de proteção contra predadores.
“Essa também é uma técnica de enriquecimento ambiental, na qual buscamos estimular os comportamentos e as habilidades naturais dos animais, criando ambientes parecidos com o habitat natural deles”, diz o biólogo.
O Mangal das Garças é administrado pela Organização Social Pará 2000, sendo um espaço de conservação do meio ambiente, com uma diversificada fauna e flora. O parque funciona de terça a domingo, com entrada gratuita.
*sob supervisão de Luis Roberto Toledo