Podridão da soja: produtores relatam perdas na lavoura
Manejo de fungicidas e cultivares resistentes têm sido fundamentais para minimizar os impactos da doença nas lavouras de soja
A podridão de grãos tem causado perdas nas lavouras de soja na região do Médio Norte de Mato Grosso desde a safra 2019/2020, com destaque para as safras 2020/2021 e 2021/2022. Desde então, a Embrapa se empenha no desenvolvimento de estratégias para combater a doença. Junto a seus parceiros, o foco é no manejo de fungicidas, na avaliação de cultivares com maior resistência à podridão e em estudos de metagenômica para identificar detalhadamente as causas da doença.
Recentemente, a Embrapa e a CropLife Brasil promoveram encontros com 16 produtores de soja em Sorriso, membros da Cooperativa Agropecuária e Industrial Celeiro do Norte (Coacen) e da Cooperativa Agropecuária Primavera (Coap), além de um consultor em Sinop, entre os dias 2 e 6 de dezembro.
As reuniões, conduzidas pelo pesquisador Auster Farias, da Embrapa Cerrados (DF), e pelo consultor Nery Ribas, fazem parte de um projeto conjunto entre a Embrapa Cerrados, Embrapa Soja (PR) e Embrapa Agrossilvipastoril (MT), em colaboração com a CropLife Brasil.
De acordo com informações da Embrapa, todos os produtores participantes relataram a presença da podridão de grãos em suas lavouras nos últimos anos, embora com níveis considerados aceitáveis. O controle da doença tem sido possível graças ao manejo robusto de fungicidas e ao uso de cultivares com maior resistência. Esse manejo, juntamente com a identificação das variedades mais resistentes, são frutos dos trabalhos realizados pela Embrapa e seus parceiros em Mato Grosso.
Outro ponto discutido nas reuniões foi a influência da nebulosidade, especialmente durante a fase de florescimento e enchimento dos grãos, sobre a produtividade das lavouras na região. De acordo com a Embrapa, os produtores relataram que, em anos com alta nebulosidade, a produtividade tende a cair, sendo um fator a ser monitorado nas safras futuras.
A Embrapa e a CropLife Brasil já planejam novas reuniões com produtores da região em 2025, tanto de forma presencial quanto virtual, com o objetivo de continuar aprimorando o manejo e as estratégias de controle da podridão dos grãos.